segunda-feira, 25 de maio de 2020

Reunião do Grupo de Pesquisa - 12/5/2020

Reunião do Grupo de Pesquisa - 12/5/2020

Participantes:
  1. - Prof. Carlos Quandt
  2. - Paula Minetto
  3. - Norma Brambilla
  4. - Sandra Santos
  5. - Clarissa Rocha
  6. - Matheus Hamerschmidt
  7. - Arthur Tortato
  8. - Marcos Mazurek
  9. - Daniel
  10. - Juliana Hellvig
  11. - Marlon Liebel
 Ausências justificadas: Fernando Deschamps, Ubiratã Tortato, Marcelo Castilho

Clarissa inicia apresentação de sua Tese de Doutorado com o conteúdo desenvolvido até o momento: “Práticas colaborativas para transformação empresarial: um estudo multi-caso entre Brasil e Grã-Bretanha no contexto da Indústria 4.0”. Trata-se de um estudo para entender as práticas colaborativas em indústrias de grande porte e sua relação com a transformação digital. O objetivo geral da pesquisa é a investigação da influência das colaborações em P&D entre scientific e business partners na inovação em indústrias brasileiras e britânicas de grande porte inseridas no contexto da digitalização fabril. Os objetivos específicos são (i) caracterizar fatores (drivers) necessários à implementação e uso das tecnologias digitais, (ii) analisar os drivers, (iii) analisar a dinâmica com cada business partner, (iv) examinar as implicações de ambas colaborações e (v) comparar os resultados obtidos no Brasil com aqueles da Grã-Bretanha. A relevância da pesquisa reside na identificação de como as intercolaborações ocorrem e são gerenciadas para viabilizar a inovação tecnológica nas fábricas, gerando mais conhecimento para a área fabril. Explica o framework teórico da pesquisa. Os inputs, compreendidos como a preparação para a colaboração para inovar, são (i) os drivers estratégicos, gerenciais e sociais, que motivam a colaboração e (ii) os habilitadores (enablers) de tecnologia digital, que atuam como moderadores da interação entre scientific e business partners

Os resultados da colaboração para inovação identificados foram: (i) os fatores de facilitação, (ii) os fatores limitantes ou desafiadores da colaboração e (iii) implicações – contribuição de cada colaboração para a transformação digital. Clarissa explica a escolha do método de estudo de caso do tipo multi-caso, pesquisa qualitativa, exploratória. Trata-se de estudo comparado entre manufaturas brasileiras (cinco casos) e britânicas (quatro casos). Explica que a insuficiência de evidências levou ao descarte de diversos casos. As fontes de dados – entrevistas (60 a 90 minutos) e observação participante – levaram a cinco proposições. Clarissa apresenta brevemente as redes analíticas geradas no software Atlas Ti, que auxiliam na interpretação e inferências sobre os achados da pesquisa e tabelas sobre o status das soluções digitais identificadas nos casos. Fala sobre a teia identificada na preparação para a transformação digital (drivers mencionados anteriormente), analisando a importância das pessoas na facilitação deste processo. Ressalta que a figura apresentada demonstra que os desafios da Indústria 4.0 ultrapassam os limites da Engenharia – os desafios tecnológicos são apenas um dos nós da rede – e que os desafios sociais e gerencias, em razão de sua subjetividade, são mais complexos do que aqueles vinculados à tecnologia. 

Clarissa informa que o caminho para construção de um ecossistema digital passa pela colaboração das empresas com diversas entidades, universidades, hubs de inovação, start-ups, consultorias, provedores de tecnologia, governo. Comenta que as parcerias científicas são mais frequentes do que as empresarias, podendo-se inferir algum grau de desconfiança das indústrias sobre os parceiros que compõem sua cadeia de valor. Explica que uma indústria do ramo automotivo que fez parte da pesquisa é a mais aberta a colaborações externas, demonstrando maior compreensão dos benefícios que as parcerias científicas e empresariais podem gerar. Comenta as contribuições da pesquisa para a prática: (i) todas as empresas explicaram que não detêm todos os recursos para inovar digitalmente, (ii) fator humano é essencial, as pessoas devem ser capacitadas para enfrentar seus desafios (iii) criação de um digital mindset – considerado essencial para que a empresa esteja realmente voltada para a transformação digital e (iv) a rede de colaboração está no centro da transformação digital, mas não é o único alicerce para que ela aconteça. 

Como sugestões de trabalhos futuros, Clarissa aponta que se poderia aplicar a pesquisa em : (i) outras indústrias, (ii) nos parceiros das manufaturas, (iii) outros países que estruturaram políticas estruturais digitais. Outras sugestões são: (i) realizar um estudo longitudinal nos casos apresentados, (ii) relacionar o uso de tecnologia digital com a geração de sustentabilidade social e ambiental, (iii) relacionar Indústria 4.0 com o conceito de enterprise architecture, (iv) relacionar o marketing digital na relação da manufatura e seu cliente e (v) estudar parcerias cross-sectors

Prof. Quandt comenta que o trabalho de uma Tese começa buscando respostas para algumas perguntas e termina apresentando muitas novas perguntas. Os achados apresentados abrem possibilidades para pensar em novas relações. Norma comenta o olhar humano que a Clarissa colocou em sua pesquisa, além de elogiar que o resultado de sua pesquisa traz ânimo aos demais participantes do Grupo de Pesquisa. Clarissa fala da satisfação do reconhecimento por parte dos Engenheiros de que a transformação depende do fator humano, além da tecnologia. Prof. Quandt explica que o envio de projeto de PIBIC tem como intuito explorar a literatura sobre a formação do mindset digital, também voltado para o aspecto mais humano e social – preparação das pessoas para a transformação digital. Comenta ainda que a agenda se tornou mais apertada, em virtude da oportunidade ocorrida com o teletrabalho. Fala de seu estágio pós-doutoral no Institute of Americas da UCSD, e que terá uma reunião com outros fellows na sequência desta. 

Paula explica que amanhã começa o evento “No Going Back Talks”, iniciativa do bengali Muhammad Yunus, criador do microcrédito, Nobel da Paz e fundador do Grameen Bank. Paula comenta que uma pergunta importante que pode ser incluída na Tese da Clarissa é “Quem é o profissional da indústria 4.0”, que é flexível, multidisciplinar e detém domínio de diversas ferramentas. Clarissa fala do senso de comunidade que existe no Reino Unido e não há no Brasil, na formação dos profissionais e na mudança até mesmo da grade disciplinar que compõe os cursos de Engenharia, sem ser necessariamente disciplinas voltadas a hard skills. Sandra informa que conseguiu agendar os pré-testes, solicita horário para conversar com o Prof. Quandt.

Próxima reunião: 26/5 – em princípio no link recorrente fornecido pelo colega Marcelo Castilho. Programação: Conversa com o Prof. Fernando Deschamps e o Prof. Loures. Prof. Quandt lembra que Prof. Tortato sugeriu a realização de seminário unindo os orientandos da Engenharia e da Administração que estão envolvidos com a temática da transformação digital, a se realizar possivelmente no segundo semestre e comenta a necessidade de explorar mais o que está acontecendo com as pessoas em virtude da transformação digital, ou seja, o lado humano desta inovação.

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