terça-feira, 28 de setembro de 2010

26a Reunião - Professor Heitor Pereira

Professor Heitor Pereira
Membros do GCI2 durante a apresentação do Professor Heitor

Veja a apresentação aqui

terça-feira, 21 de setembro de 2010

25a Reunião - Elói Yamaoka

Elói Yamaoka

              O convidado da reunião de hoje, Elói Yamaoka, é doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela UFSC e tem mestrado em Ciência da Informação pela UNB. Suas áreas de interesse e pesquisa são as de metadados e preservação digital. O seu interesse em metadados e taxonomia decorreu de sua dúvida em classificar a informação ao realizar um projeto na organização em que trabalha. Em contato com o Arquivo Nacional, percebeu a importância da preservação digital para a Gestão do Conhecimento.
              Eloi citou vários órgãos de peso que têm projetos de preservação digital, tais como a UNESCO, o Arquivo Nacional do Reino Unido e da Austrália. No Projeto InterPARES, do qual participa, o intuito é desenvolver o conhecimento teórico-metodológico essencial para a preservação de documentos,  a fim de garantir a confiabilidade e autenticidade dos mesmos.
              O palestrante explicou as diferenças entre documento tradicional e documento digital. Para alguns é somente a maneira de apresentação, de mídia., porém várias coisas mudam conceitualmente. Confunde-se mídia e conteúdo. Mudou a tecnologia, mas não o modelo mental de processos. Modelos que nascem digitais são diferentes dos digitalizados, que são “representantes digitais” do documento original.
              Ao enfatizar que a digitalização ajuda na conservação da humanidade e na preservação da memória, Eloi informou que o manuscrito do Mar Morto foi microfilmado há alguns anos e recentemente foi digitalizado e será disponibilizado para pesquisadores em forma digital na internet.
Prof Alex questionou sobre a deterioração da mídia digital, que é muito mais rápida do que dos documentos. Elói informou que é recomendado que se faça cópia digital de 3 em 3 anos.
              Em seguida, foram apresentadas as características e diferenças de documento virtual, documento eletrônico, documento digital e documento dinâmico, bem como suas limitações. Dentre as características, o destaque foi para o encapsulamento. O modelo ODF é um tipo de encapsulamento, pois engloba conteúdo, metadados e formatação. Já o PDF, que também utiliza encapsulamento, é um padrão ISO 32000-1:2008.
              Finalizando, foi exposto que a preservação de documentos digitais equivale à preservação do conhecimento armazenado em objetos digitais. O prof. Quandt questionou sobre a Gestão do Conhecimento dos documentos preservados sem contexto. Não há Gestão do Conhecimento sem saber o contexto, enfatizou.

Preservação Digital e Gestão do Conhecimento
- Eloi – SERPRO
- Doutorando UFSC Eng e Gestão do Conhecimento – EGC
- Mestrado em Ciência da Informação UNB
Analista Serpro – Curitiba
Pesquisador do TEAM Brasil – Projeto InterPARES – International Research on Permanent Authentic Records (UBC/Canadá)
Atuou no desenvolvimento de padrões de interoperabilidade do governo eletrônico, como o e-PMG – padrão de metadados e o VCGE – vocabulário controlado do governo eletrônico.

Estudou taxonomia e metadados em seu mestrado pois, em um projeto do Serpro, não soube como classificar a informação. Construiu uma taxonomia para guiar a contrução dos portais.

Web semântica tem uma camada para descrever a próxima geração

Com o arquivo nacional, percebeu a importância da preservação digital para a gestão do conhecimento.

Vários órgãos de peso têm projetos de preservação digital, tais como a UNESCO, o arquivo nacional do UK e da Austrália.

Projeto InterPARES:
Desenvolver o conhecimento teórico-metodológico essencial para a preservação de documentos (confiabilidade e autenticidade).

Documento tradicional X documento digital:
para alguns é somente a maneira de apresentação, de mídia. Várias coisas mudam conceitualmente. Confunde-se mídia e conteúdo. Mudou a tecnologia, mas não o modelo mental de processos. Modelos que nascem digitais e que são “representantes digitais” do documento original.
A digitalização ajuda na conservação da humanidade. O manuscrito do Mar Morto foi microfilmado e hoje foi digitalizado e será disponibilizado para pesquisadores em forma digital.
Digitalização ajuda na preservação da memória.

O bisavô da profa. Maria Alexandra era um escritor de teatro muito famoso do modernismo de Portugal. Encontraram uma cópia digitalizada nos USA de uma das peças dele, em excelente qualidade.

Prof. Alex questionou sobre a deterioração da mídia digital, que é muito mais rápida do que dos documentos. Elói informou que é recomendado que se faça cópia digital de 3 em 3 anos.

Documento virtual = documento eletrônico = documento digital = documento dinâmico.

Documento dinâmico: não existem no estado persistente
Crescimento dos doc dinâmicos: web 2.0 (google docs)
doc hub: vídeo, mapa, parte de outro recurso, mecanismo de busca
Comprometer a persistência do doc hub? : encurtadores de URL, aspectos legais
Bibliotecas digitais estão utilizando migração (?)

Encapsulamento:
ODF → Austrália está utilizando: é um tipo de encapsulamento:conteúdo+metadados+formatação
PDF → padrão ISO 32000-1:2008, utiliza encapsulamento.

Preservação de documentos digitais = preservação do conhecimento armazenado em objetos digitais.


Gestão do conhecimento: documentos preservados sem contexto (questão do prof. Quandt)
Não há gestão do conhecimento sem saber o contexto.

Professores e alunos atentos na apresentação do Elói.
Acesse a apresentação do Eloi clicando aqui.


Presentes na reunião:






Profa. Maria Alexandra
Prof. Alex Ferraresi

Prof. Carlos Quandt
Angela
Ana Carolina
Ana Paula
Beatriz (justificada)
Diego
Iris
Mariana (justificada)


Anotação da reunião por Íris.
Fotos por Diego.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

24a Reunião - Professor Alex Ferraresi

reunião foi iniciada com a discussão da segunda parte do texto "O conhecimento e sua utilização nas empresas".
Para a próxima reunião, será discutido o capítulo "A Gestão do Conhecimento".

Professor Alex, faz sua explanação sobre a função do Comitê de Ética em Pesquisa, pontuando que pode incorrer  problemas éticos quando o objeto de pesquisa é o ser humano.

Professora Maria Alexandra cita alguns exemplos de pesquisa nesse contexto.


As informações do Comitê de Ética estão disponíveis no site da PUCPR www.pucpr/pesquisacientifica/cep/

Mais informações sobre Ética em pesquisa - http://grupodepesquisapucpr.blogspot.com/2010/09/etica-na-pesquisa-textos-de-referencia.html

Professor Quandt comunica que foi contratado a confecção do novo site do Grupo. Nesse contrato está incluído:  design do site, design da logomarca do Grupo, base de dados, ferramentas para manutenção de conteúdo, hospedagem e registro do domínio (cgi2.edu.br)

Presentes:
Prof. Alex Ferraresi
Prof. Denis
Prof. Quandt
Profa. Maria Alexandra
Angela (justificada)
Ana Carolina
Ana Paula
Beatriz
Diego
Iris
Mariana
Paulo
Vitoria

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ética na Pesquisa

Material de referência para pesquisadores, com foco na área de ciências sociais aplicadas


1. Indicações pelo Professor Dr. Alex Ferraresi
  • Declaração de Helsinki, que iniciou o processo, a partir da ética na área médica http://www.ufrgs.br/bioetica/helsin1.htm
  • PAIVA, V.L.M.O. Reflexões sobre ética na pesquisa  Revista Brasileira de Lingüística Aplicada. Belo Horizonte. Vo. 5, n.1. p.43-61, 2005. Disponível em http://www.veramenezes.com/etica.htm
  • Apostila sobre ética em pesquisa  http://www.udo-schuklenk.org/files/modulo1.pdf
  • Texto sobre ética (PUC-SP) http://www.apropucsp.org.br/revista/r27_r06.htm
  • Alguns exemplos de livros que tratam de metodologia em administração com capítulos sobre a ética em pesquisa.
  • HAIR, j.; BABIN, H. MONEY, A. SAMOUEL, P.  Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookmam. CAPÍTLO 4 "ÉTICA NA PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO"
  • AAKER, D.; KUMAR, V.;DAY, G. S. Pesquisa de MArketing. São Paulo, Atlas. Capítulo 1 p. 37-43
  • MALHOTRA, N. Pesquisa de Marketing. Porto Alegre: Bookman.
2. Indicação pelo Professor Dr. Carlos Quandt
3. Outras indicações 

Prática Ética da Pesquisa

Material preparado pelo Prof. Carlos Quandt para a Disciplina de Métodos de Pesquisa em Administração -  PUCPR 2010


Antes de iniciar qualquer projeto de pesquisa, o pesquisador deve se familiarizar com os fatores e práticas envolvidas com a ética da pesquisa. A preocupação central é proteger os sujeitos de danos físicos e psicológicos, e velar para que seus direitos não sejam violados. A prática ética da pesquisa visa também assegurar a adoção de metodologia adequada para embasar os resultados, conclusões e recomendações da pesquisa.
A prática ética da pesquisa concentra-se na importância da adoção de práticas e procedimentos que levam a: 1) proteção dos sujeitos, humanos e não humanos; 2) utilização de metodologia apropriada; 3) obtenção de inferências, conclusões e recomendações baseadas em descobertas reais; e 4) desenvolvimento de um relato completo e preciso da pesquisa.
A utilização de procedimentos éticos na pesquisa apresenta algumas vantagens evidentes:  O patrocinador da pesquisa terá mais segurança de que o processo será conduzido de maneira correta e confiável, haverá mais facilidade na obtenção de recursos e na publicação dos resultados, a reputação do pesquisador será preservada, e este contribuirá para a disseminação e implantação de diretrizes organizacionais para a prática ética. Entre as desvantagens, podemos citar dificuldades operacionais e o tempo dispendido para obter o consentimento dos sujeitos e completar os procedimentos necessários. Em alguns casos, a pesquisa pode se tornar inviável caso muitos sujeitos se recusem a assinar os formulários de consentimento e, consequentemente, não participem do projeto.

Práticas éticas

As práticas éticas mais violadas são sete: (1) consentimento com liberdade; (2) consentimento esclarecido; (3) confidencialidade; (4) privacidade; (5) anonimato; (6) metodologia apropriada e (7) comunicação adequada e completa da pesquisa.

1. O direito a consentir com liberdade

O participante potencial tem o direito de não ser pressionado para participar do projeto de pesquisa. Como em qualquer consideração ética, às vezes é difícil determinar o que é, e o que não é uma pressão. Por exemplo, freqüentemente são incluídos junto com os questionários, brindes para aumentar a probabilidade do destinatário responder. Isto é pressão? A maioria das pessoas diriam que não, mas estas práticas poderiam ser interpretadas como táticas de pressão. Outro caso específico é a pesquisa com grupos de pessoas subordinadas a uma autoridade, como empregados, estudantes, soldados, prisioneiros, etc., que pode gerar preocupações quanto a possíveis táticas de pressão para que esses sujeitos participem.

2. O direito a consentir depois de bem informado

Os potenciais participantes da pesquisa devem receber informações suficientes para tomar uma decisão consciente (ou “esclarecida”) com relação a sua participação ou não participação. Ainda que seja necessário o consentimento depois de bem informado, pode ser difícil para o participante potencial consentir com convicção, porque em muitos casos, as pessoas não têm conhecimento suficiente do processo de pesquisa para tomar uma decisão “com convicção”.  Embora os casos de pesquisa que podem ser fisicamente prejudiciais sejam raros, a possibilidade de prejuízo psicológico é bastante comum, quando existe o potencial de submeter os participantes a situações constrangedoras ou vexatórias. Convém destacar que, para certos projetos de pesquisa, informar aos participantes potenciais da natureza da pesquisa comprometeria os resultados. Em tais casos, o pesquisador é obrigado a revelar às pessoas tanto quanto possível sem comprometer os dados, e oferecer aos participantes potenciais um relatório da pesquisa depois da conclusão do projeto.  Em qualquer caso, o consentimento deve ser obtido diretamente das pessoas que participarão da pesquisa. No caso de pesquisas com crianças ou adultos incapacitados, o TCLE (termo de consentimento livre e esclarecido) deverá ser assinado pelos pais ou responsáveis. O TCLE é essencial para qualquer projeto no qual o sujeito será manipulado fisicamente ou psicologicamente.

3. O direito à confidencialidade

O participante da pesquisa tem o direito de esperar que o pesquisador irá limitar o acesso às informações obtidas a seu respeito, e manter a segurança dessas informações. No caso de pesquisas com empresas, os participantes da pesquisa geralmente estão envolvidos com a confidencialidade dos dados. Quem irá manusear e ler as informações? Serão adotadas medidas de segurança para garantir que as informações identificáveis sejam mantidas em sigilo até que possam ser descartadas, devolvidas ou destruidas? Serão feitas cópias? O pesquisador é responsável por minimizar o número de pessoas que terão acesso às informações identificáveis; deverá desenvolver procedimentos de segurança para o manuseio e armazenamento de informações, e devolvê-las ou destruí-las quando não forem mais necessárias.

4. O direito à privacidade

Os participantes da pesquisa têm o direito de não fornecer informações que possam lhes causar algum incômodo ou constrangimento. A noção de privacidade pode variar muito. Por exemplo, pode ser considerada privada qualquer informação sobre renda pessoal, atividades ou preferências sexuais, crenças religiosas, uso de bebida ou drogas. Outros podem considerar como invasão de privacidade questões aparentemente inócuas, como informações sobre idade, peso, hábitos alimentares ou estado civil. Recomenda-se que os participantes potenciais sejam informados sobre o tipo de informação solicitada, caso haja a possibilidade de resistência pessoal quanto ao que será perguntado. Questões potencialmente sensíveis devem ser evitadas, a menos que sejam absolutamente necessárias e pertinentes aos objetivos do projeto de pesquisa. Essas precauções ajudarão a evitar a invasão de privacidade e possíveis perdas de participantes.

5. O direito ao anonimato

O participante da pesquisa tem o direito de esperar de que o pesquisador não irá permitir a identificação de dados específicos de um indivíduo específico. O anonimato é relativamente fácil de assegurar quando os relatórios da pesquisa estão baseados em dados agregados de grupos ao invés de análises focadas em indivíduos. Uma recomendação básica para assegurar o anonimato é a identificação dos sujeitos em questionários e formulários por meio de números em lugar de nomes.

6. Metodologia apropriada

O pesquisador tem a obrigação de conduzir as suas pesquisas, sistemática e objetivamente, utilizando procedimentos metodológicos adequados ao projeto e seus objetivos, aplicando tantos controles quantos forem viáveis. Por pesquisa sistemática e objetiva, entende-se que ela utiliza procedimentos específicos pre-planejados no processo de pesquisa, e que os procedimentos e descobertas não serão influenciados ou alterados pelos sentimentos, valores ou crenças do pesquisador.

7. Comunicação adequada e completa da pesquisa

O pesquisador tem a obrigação de relatar sua metodologia de pesquisa, descobertas e conclusões de maneira completa e imparcial. Isto inclui informar aspectos negativos, tanto referentes às descobertas e possíveis erros ou limitações nos procedimentos adotados. O relatório de pesquisa deve conter uma descrição completa do delineamento da pesquisa, as questões de pesquisa ou hipóteses, métodos de amostragem, métodos de coleta de dados, instrumentos utilizados, e a validade e confiabilidade dos métodos e testes estatísticos utilizados. O relatório deve ser completo, mas tão conciso quanto possível. Deve informar o necessário para que o leitor possa entender exatamente aquilo que foi feito, como foi feito, o que foi descoberto, e como o estudo pode ser reproduzido.

Lista de verificação para evitar práticas com falta de ética

Para evitar a violação do consentimento livre e bem informado:
1.     Obtenha o consentimento livre e bem informado. O TCLE deve ser assinado pelos participantes ou pelos pais/responsáveis de menores ou incapazes.

Para evitar a violação de confidencialidade, privacidade e anonimato:
2.     Assegure, por escrito, aos potenciais participantes da pesquisa, sobre a confidencialidade, privacidade e anonimato.
3.     Mantenha segurança sobre informações identificáveis utilizando arquivos protegidos e procedimentos como fechaduras físicas ou senhas eletrônicas.
4.     Devolva a informação ao participante ou descarte-a com segurança, quando não for mais necessária.
5.     Limite o número de pessoas que terão acesso à informação.

Para evitar o mau uso de estatísticas:
6.     Determine o nível de medida apropriado para cada variável e utilize as técnicas estatísticas correspondentes.
7.     Confira as suposições e exigências dos testes estatísticos; se tiver dúvidas, peça a uma pessoa experiente para examinar a análise.
8.     Não utilize uma análise complexa, sofisticada, se puder fazê-la com uma mais simples.
9.     Não seja super-preciso sobre dados imprecisos.

Para evitar a omissão de possíveis falhas metodológicas e descobertas negativas:
10.   Relate totalmente cada um dos aspectos da pesquisa, inclusive os métodos de amostragem e coleta de dados, e a instrumentação.
11.   Relate todos os resultados alcançados, mesmo aquele que poderiam ser considerados negativos.

Para evitar descobertas e conclusões enganosos:
12.   Nunca distorça as descobertas ou conclusões para fazê-las parecer mais positivas ou negativas, maiores ou menores, do que o garantido pelos dados.


Referência básica:

SPROUL, Natalie L. Handbook of Research Methods: A Guide for Practitioners and Students in the Social Sciences. The Scarecrow Press, 1988.