terça-feira, 9 de junho de 2020

Reunião do Grupo de Pesquisa - 9 de junho de 2020

Reunião do Grupo de Pesquisa – 9/6/2020

Participantes:

  1. Prof. Carlos Olavo Quandt
  2. Prof. Ubiratã Tortato
  3. Prof. Fernando Deschamps
  4. Prof. Eduardo de Freitas Rocha Loures
  5. Norma Brambilla
  6. Sandra Santos
  7. Clarissa Rocha
  8. Matheus Hamerschmidt
  9. Marcos Mazurek
  10. Marlon Liebel
  11. Marcelo Castilho
  12. Patrícia de Oliveira
  13. Daniel Ferreira dos Santos
  14. Daniel Valoto

Ausências justificadas: Paula Minetto, Juliana Hellwig

Prof. Tortato inicia comentando a realização de Workshop Internacional sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Fundação Araucária, com inscrições até 12/6. O evento será realizado de 16 a 19/6.

Prof Quandt comenta sobre as aulas e sobre as orientações de seus alunos. Comenta o estágio das pesquisas de cada aluno. Comenta os trabalhos do Marcelo e da Clarissa, que já estão bem encaminhados, comenta o recebimento do material do Mazurek, que promete ser bastante interessante. Sandra informa que aprendeu a usar a ferramenta Qualtrix, e que dará andamento à coleta de dados após encontro com o Prof. Quandt para validação do instrumento de coleta.

Prof. Tortato comenta as apresentações de banca de qualificação de Mestrado, bem como de uma defesa de Dissertação prevista para agosto, de temas de interesse para o Grupo de Pesquisa. Fala da disciplina de Inovação e Sustentabilidade, que começou no dia 3/6, e terá o próximo encontro no dia 17/6, sendo esta semana de preparação para as aulas. Marlon sugere a divulgação do link das aulas para o Grupo de Pesquisa

Prof. Quandt passa a palavra para o Prof. Deschamps que fará a apresentação desta reunião.

Prof. Deschamps inicia sua apresentação sobre os trabalhos concluídos e em andamento relacionados à Transformação Digital, Indústria 4.0 e Manufatura Digital. Apresenta os cinco integrantes dos Grupos EDSO/IAAS.

Informa que o início da orientação de trabalhos nessa linha de pesquisa começou em 2015, com conclusões a partir de 2017. Os trabalhos abordam temas como análise diagnostica baseada em mineração de processos, processos para medição e controle de desempenho energético em manufatura e modelo para tomada de decisão. Várias destas pesquisas são oriundas da parceria com a Renault, com várias bolsas de Mestrado e uma de Doutorado. Foram quatro projetos concluídos em 2017, três em 2018, sete em 2019 e quatro em 2020.


A partir de uma apresentação breve de todos os trabalhos concluídos, o Prof. Deschamps apresenta as pesquisas do programa em cinco grandes grupos: (i) Energia - com cinco trabalhos em desenvolvimento na temática Energia e Indústria 4.0. (ii) Performance Analytics, com dez trabalhos sobre o tema Transformação digital e a medição de desempenho em operações produtivas - busca explorar os processos e medir seu desempenho, com diferentes forma de coleta de dados e desenvolvimento de algoritmos com vistas à melhoria de performance das empresas. (iii) Manufatura digital, com quatro trabalhos no tema de Arquitetura da automação/tecnologias de operações e indústria 4.0, dois trabalhos sobre Manufatura digital: adoção e implementação, tanto do ponto de vista do processo quanto da estratégia. (iv) cinco trabalhos sobre Maturidade/readiness/roadmapping e indústria 4.0 e dois trabalhos com o tema Manufatura digital: serviços, reconfiguração, decisão, aprendizagem. Prof. Deschamps destaca que alguns dos trabalhos desta área são baseados nos resultados de uma Tese de Doutorado defendida anteriormente no programa. (v) Manutenção, com seis trabalhos sobre Simulação/ manutenção/ mineração de processos. (vi) Gestão - por tratar-se de matéria ligada à Administração, observa-se a distribuição dos trabalhos em 10 temas, em um total de 13 trabalhos. A descentralização deve-se justamente ao fato de que as pesquisas são pontuais, não se encaixando com as cinco grandes áreas descritas anteriormente.

Neste ponto, o Prof. Deschamps apresenta outras oito iniciativas de pesquisa, com parcerias nacionais e internacionais, com Universidades e empresas, encerrando sua apresentação. Prof. Quandt, comenta os resultados obtidos pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia. Destaca que a contribuição do PPAD nas pesquisas pode ser o olhar humano que a área pode lançar sobre os processos produtivos apresentados pelo Prof. Deschamps. Comenta que a aproximação é importante para o crescimento da pesquisa, e considera que esta apresentação deve ser vista como um primeiro passo na aproximação das pesquisas das duas áreas.

Prof. Tortato comenta que se deve incentivar que os alunos dos dois programas busquem as disciplinas do outro programa, na medida em que podem ser úteis. Durante a apresentação identificou que disciplinas do PPAD poderiam colaborar com algumas das pesquisas, e acredita que o contrario também é verdadeiro. Recebe apoio do Prof. Rocha Loures e do Prof. Deschamps. Ficou acertado que antes do início dos trimestres letivos serão trocadas informações com o objetivo de ajustar os calendários, na medida do possível, para oportunizar aos alunos a participação em disciplinas do outro programa. Foi discutida a hipótese de os alunos participarem como alunos ouvintes. Prof. Tortato informa que a partir deste ano a PUCPR passou a ser mais rigorosa na autorização da participação dos alunos como ouvintes sem custo para o aluno. Prof. Quandt comenta que já ministrou disciplinas sem nenhum aluno do PPAD, e reforça que o leque de disciplinas é grande e que a oportunidade de envolvimento com áreas diferentes tende a enriquecer o conhecimento e as abordagens das pesquisas de ambas as áreas. Prof. Deschamps sugere que os alunos que estão desenvolvendo trabalhos mais próximos à área de Administração poderia realizar apresentação para o Grupo de Pesquisa. A partir do questionamento da Clarissa, sobre um trabalho de competências digitais, vislumbra-se um ponto de contato entre os dois programas. Os comentários levam à seguinte pergunta: qual a vantagem que a adoção da indústria 4.0 traz, e como os benefícios podem ser mensurados. Clarissa aborda ainda o assunto dos laboratórios digitais, como forma de avançar neste sentido.

Próxima reunião: 23/6, das 17h30 às 19h00.

Tema: a ser definido e informado oportunamente pelos Professores.


segunda-feira, 8 de junho de 2020

Reunião do Grupo de Pesquisa - 26 de maio de 2020

Reunião do Grupo de Pesquisa - 26/5/2020

Presentes:
  1. Prof. Carlos Olavo Quandt
  2. Prof. Alex Ferraresi
  3. Prof. Ubiratã Tortato
  4. Arthur Tortato
  5. Paula Minetto
  6. Norma Brambilla
  7. Sandra Santos
  8. Clarissa Rocha
  9. Matheus Hamerschmidt
  10. Marcos Mazurek
  11. Marlon Liebel
  12. Marcelo Castilho
 Ausência justificada: Juliana Hellwig

Prof. Quandt inicia informando que teremos uma apresentação do colega Marcelo Castilho sobre sua Tese de Doutorado. Comenta também sobre o projeto de PIBIC do Arthur e da Tese da Sandra, que estão relacionados.Arthur informa que está documentando os projetos que tem encontrado. Prof. Quandt sugere a montagem de um quadro para facilitar o estudo. Prof. Quandt comenta com seus orientandos a necessidade de marcar reuniões para dar andamento a seus projetos e, na sequência, passa a palavra para que o Marcelo faça sua apresentação.

O título provisório da Tese é Ecosystem concept challenge: effects after a profound disruption. Prof. Alex questiona a definição de ecossistema como entidade. Segundo Marcelo, ecossistema pode ser compreendido de diversas formas e tem sido abordado na literatura de inovação nos últimos 10 anos. Marcelo prossegue com sua apresentação explicando o conceito de Ecossistemas, originado na Biologia, com base em Moore (1993), explicando que as comunidades de negócios, também são sistemas em que as entidades manifestam codependência e colaboração. Outra observação extraída deste autor, dá conta de que a sociedade deve encontrar formas de ajudar os membros de um ecossistema que esteja morrendo, ou seja, aceita-se o fim de um ecossistema, desde que a competição deste com outros ecossistemas tenha sido "feroz é justa", privilegiando a sobrevivência daquele que melhor se adapta. Apresenta quatro afirmações que sustentam a teoria dos ecossistemas: (i) a primazia da inovação na economia global sustenta os ecossistemas, (ii) o conceito de ecossistema gera a promessa de uma entrega de maior valor agregado, (iii) a resiliência transformativa se refere a um risco relacionado ao meio-ambiente e (iv) consequências de uma grande disrupção pode desafiar as fundações do conceito de ecossistema. Detalha cada uma das afirmações apresentadas.

(i) a primazia da inovação na economia global sustenta os ecossistemas - a sustentação se dá através de "lugares" onde ocorre a ação coletiva nos quais as complementaridade acelera os ciclos de inovação disruptiva. A estratégia trata sobre como as empresas agem em função da configuração do ecossistema do qual faz parte. Os desafios para concepção desta estratégia são representados pela interação entre os elementos estruturais do ecossistema - a proposição de valor do ecossistema é função de seus recursos, atividades, valor adicionado e valor capturado.

(ii) o conceito de ecossistema gera a promessa de uma entrega de maior valor agregado - Marcelo apresenta a posição central atribuída por Scaringella e Radziwon (2018) ao ecossistema de negócios, em relação aos ecossistemas empreendedores, de conhecimento e de inovação. Outro modelo apresentado, semelhante ao de rede, é fornecida por Tsujimoto, Kajikawa, Tomita e Matsumoto (2018), é descrito como as relações invisíveis (informais) contidas dentro da rede de atores em fluxos territoriais. Marcelo apresenta então uma síntese das perspectivas pelas quais pode se atribuir um conceito a ecossistemas: ecológico; de redes; territorial; de inovação, negócios e colaboração; de risco; de recursos/estrutura. Comparativamente, Tsujimoto, Kajikawa, Tomita e Matsumoto (2018) separam os conceitos em quatro correntes: ecologia industrial, ecossistema de negócios, gerenciamento de plataforma e rede multiatores. Marcelo conclui o tópico explicando que o conceito de ecossistema inclui: (i) colaboração, (II) capacidades complementares, (iii) um espaço que impulsiona as oportunidades de negócio, (iv) um constante desafio para manter-se à altura dos demais participantes do ecossistema e (v) abertura a potenciais contribuições e participante criativos.

(iii) a resiliência transformativa se refere a um risco relacionado ao meio-ambiente. Marcelo explica que o conceito de resiliência se trata da transformação e aprendizado em meio a disrupções e está relacionado a estratégias baseadas na antifragilidade que buscam a redução do risco de falha ao mesmo tempo que enfatiza oportunidades de sucesso

(iv) consequências de uma grande disrupção pode desafiar as fundações do conceito de ecossistema. Marcelo explica que ecossistemas expostos ao desconhecido em razão de disrupções severas oriundas de eventos externos podem responder de formas diferentes, rompendo com o passado. Marcelo vê a oportunidade de construir um novo entendimento sobre o conceito de ecossistema no contexto de uma profunda disrupção, no caso, a atual causada pela COViD-19.

Os pressupostos do trabalho são: (i) um desafio emerge nos ecossistemas em razão de uma profunda disrupção, (ii) o conceito de ecossistema atual permanece válido quando submetido a uma grande disrupção exógena - COVID-19? e (iii) o conceito de ecossistema pode emergirá de novas formas, para enfrentar melhor ambientes sujeitos a grandes disrupções.

O objetivo da pesquisa é identificar os efeitos de uma grande disrupção exógena em ecossistemas, no contexto de organizações inovativas.
A principal pergunta da pesquisa é: Como os ecossistemas se comportam quando desafiados por uma disrupção profunda? Outras duas perguntas para as quais serão buscadas respostas são: (i) o que acontece de fato com os ecossistemas quando expostos a profundas disrupções? e (ii) quais são os padrões que surgem nos ecossistemas quando são resilientes?

Prof. Alex questiona a existência de um ciclo de vida de ecossistemas - se há algum estudo sobre o tema. Mais que isso, questiona se existem os próprios ecossistemas. Questiona a utilização de analogias com o campo da Biologia para a área de Administração. O ecossistema é formado deliberadamente? Questiona também as diferenças entre ecossistema e rede, levantando o tópico da governança de um ecossistema, que ditará seu comportamento, com as implicações disto na aplicação da Teoria Organizacional aos ecossistemas.

Marcelo argumenta que esse é um de seus interesses como pesquisador, entender esta "entidade" que tem sido relatada nos últimos trinta anos - desde 1993. Prof. Alex alerta para o modismo do Ecossistema e da Inovação no campo da Administração. Sugere que o pressuposto para a pesquisa do Marcelo é a existência de Ecossistemas, e que ele faça a distinção entre Ecossistema e Rede em seu trabalho. Prof. Quandt comenta que, em seu trabalho, Marcelo questiona a solidez dos conceitos que definem o Ecossistema, ao mesmo tempo em que seu trabalho o analisa. Este é um ponto contraditório que precisa ser resolvido. Marcelo comenta que os ecossistemas têm bordas - limites - perceptíveis. Prof. Alex discorda, argumentando que há sobreposições de ecossistemas, praticamente impossibilitando a identificação destas chamadas bordas. Comenta seu ceticismo acerca do tema ecossistemas.

Paula comenta que, em evento sobre cidades inteligentes no ano passado, um dos temas era Ecossistemas de Inovação e Análise de Redes. Prof. Quandt comenta que um ecossistema, dentro da analogia com a natureza, não é muito resiliente, haja vista a interferência dos humanos na natureza. Por outro lado, a ideia das redes é justamente a resiliência, quando um nó da rede desaparece, é substituído por outros elementos da rede, com rearranjos que mantenham o funcionamento da rede. O termo rede é utilizado em muitos sentidos, tornado-se genérico.
Segue-se um debate sobre os conceitos de ecossistema e de rede, suas semelhanças e possíveis incoerências. Prof. Alex sugere que Marcelo aponte em seu trabalho as semelhanças entre os conceitos de ecossistemas e rede, e que defina ecossistema como "rede de inovação", trazendo a discussão da fragilidade de um ecossistema que, em sua opinião, não tem resiliência. A partir desta definição é possível explorar as conexões que levam à formação desta rede de inovação.

Prof. Quandt comenta que a oportunidade de questionar o conceito de ecossistema, que ainda não está consolidado, pode se perder se de partida ele for rotulado como "rede de inovação". Devolve a palavra ao Marcelo para que continue sua apresentação, pois ele gostaria de apresentar algumas dúvidas que tem sobre o encaminhamento da pesquisa.

Marcelo comenta que com base nos comentários já feitos vai explorar o paralelo ecossistema/rede na busca de conceitos mais adequados. Marcelo apresenta sua proposta de unidade de análise: o relacionamento existente nos ecossistemas. O objeto de estudo é a resiliência nos ecossistemas. Neste ponto, Marcelo apresenta dois novos questionamentos a serem abordados em sua pesquisa (i) o que os empreendedores fazem quando respondem a disrupções, como uma capacidade multinível e contextual, parte de um processo de transformação positiva sob circunstâncias adversas? e (ii) como as firmas ou indivíduos lidam com as disrupções e, portanto, nas estratégias, práticas ou ações das entidades empreendedoras, enquanto elas respondem a distúrbios e parâmetros contextuais em constante mudança?

Quanto à delimitação do estudo, Marcelo propõe que sejam abordados os ecossistemas de organizações inovativas. A perspectiva teórica está pautada nos sistemas sociais e na resiliência. A pesquisa será exploratória, utilizando a Grounded Theory como método. Prof. Alex sugere que se defina qual o conceito a ser utilizado de ecossistemas e que isso seja o pressuposto para o restante do trabalho.

Prof. Alex faz suas ponderações sobre o que caracteriza um ecossistema de inovação usando a FAE e a PUCPR como exemplos e criticando os resultados obtidos. Prof. Quandt ressalta que a visão do Prof. Alex está pessimista sobre o assunto apresentado, buscando o consenso sobre o encaminhamento da pesquisa do Marcelo.

Próxima reunião: 9/6/2020
Confirmada a apresentação do Prof. Fernando Deschamps e do Prof. Loures. Aproximação da área de Engenharia com a Administração.Deve-se explorar mais o que está acontecendo com as pessoas neste mundo de transformação digital, o lado humano da inovação.