Reunião do Grupo de Pesquisa - 12/5/2020
Participantes:
- - Prof. Carlos Quandt
- - Paula Minetto
- - Norma Brambilla
- - Sandra Santos
- - Clarissa Rocha
- - Matheus Hamerschmidt
- - Arthur Tortato
- - Marcos Mazurek
- - Daniel
- - Juliana Hellvig
- - Marlon Liebel
Ausências justificadas: Fernando Deschamps, Ubiratã Tortato, Marcelo Castilho
Clarissa
inicia apresentação de sua Tese de Doutorado com o conteúdo desenvolvido
até o momento: “Práticas colaborativas para transformação empresarial:
um estudo multi-caso entre Brasil e Grã-Bretanha
no contexto da Indústria 4.0”. Trata-se de um estudo para entender as
práticas colaborativas em indústrias de grande porte e sua relação com a
transformação digital. O objetivo geral da pesquisa é a investigação da
influência das colaborações em P&D entre
scientific e business partners na inovação em indústrias
brasileiras e britânicas de grande porte inseridas no contexto da
digitalização fabril. Os objetivos específicos são (i) caracterizar fatores (drivers) necessários à implementação
e uso das tecnologias digitais, (ii) analisar os drivers, (iii) analisar a dinâmica com cada
business partner, (iv) examinar as implicações de ambas colaborações e (v)
comparar os resultados obtidos no Brasil com aqueles da Grã-Bretanha. A
relevância da pesquisa reside na identificação de como as
intercolaborações ocorrem e são
gerenciadas para viabilizar a inovação tecnológica nas fábricas,
gerando mais conhecimento para a área fabril. Explica o
framework teórico da pesquisa. Os inputs, compreendidos como a preparação para a colaboração para inovar, são (i) os
drivers estratégicos, gerenciais e sociais, que motivam a colaboração e (ii) os habilitadores (enablers) de tecnologia digital, que atuam como moderadores da interação entre
scientific e business partners.
Os resultados da colaboração para inovação identificados foram: (i) os fatores de facilitação, (ii) os fatores limitantes ou desafiadores da colaboração e (iii)
implicações – contribuição de
cada colaboração para a transformação digital. Clarissa explica a
escolha do método de estudo de caso do tipo multi-caso, pesquisa
qualitativa, exploratória. Trata-se de estudo comparado entre
manufaturas brasileiras (cinco casos) e britânicas (quatro casos).
Explica que a insuficiência de evidências levou ao descarte de diversos
casos. As fontes de dados – entrevistas (60 a 90 minutos) e observação
participante – levaram a cinco proposições. Clarissa apresenta
brevemente as redes analíticas geradas no software
Atlas Ti, que auxiliam na interpretação e inferências sobre os achados
da pesquisa e tabelas sobre o status das soluções digitais identificadas
nos casos. Fala sobre a teia identificada na preparação para a
transformação digital (drivers mencionados
anteriormente), analisando a importância das pessoas na facilitação
deste processo. Ressalta que a figura apresentada demonstra que os
desafios da Indústria 4.0 ultrapassam os limites da Engenharia – os
desafios tecnológicos são apenas um dos nós da rede –
e que os desafios sociais e gerencias, em razão de sua subjetividade,
são mais complexos do que aqueles vinculados à tecnologia.
Clarissa
informa que o caminho para construção de um ecossistema digital passa
pela colaboração das empresas com diversas entidades,
universidades, hubs de inovação, start-ups, consultorias,
provedores de tecnologia, governo. Comenta que as parcerias científicas
são mais frequentes do que as empresarias, podendo-se inferir algum
grau de desconfiança das indústrias sobre os
parceiros que compõem sua cadeia de valor. Explica que uma indústria do
ramo automotivo que fez parte da pesquisa é a mais aberta a
colaborações externas, demonstrando maior compreensão dos benefícios que
as parcerias científicas e empresariais podem gerar.
Comenta as contribuições da pesquisa para a prática: (i) todas as empresas explicaram que não detêm todos os recursos para inovar digitalmente, (ii) fator humano é essencial, as pessoas devem ser capacitadas para enfrentar seus desafios (iii)
criação de um digital mindset – considerado essencial para que a empresa esteja realmente voltada para a transformação digital e (iv) a rede de colaboração está no centro da transformação digital, mas não é o único alicerce para que ela aconteça.
Como sugestões de trabalhos futuros, Clarissa aponta que se poderia aplicar a pesquisa em : (i) outras indústrias, (ii) nos parceiros das manufaturas, (iii) outros países que estruturaram políticas estruturais digitais. Outras sugestões
são: (i) realizar um estudo longitudinal nos casos apresentados, (ii) relacionar o uso de tecnologia digital com a geração de sustentabilidade social e ambiental, (iii) relacionar Indústria 4.0 com o conceito de
enterprise architecture, (iv) relacionar o marketing digital na relação da manufatura e seu cliente e (v) estudar parcerias
cross-sectors.
Prof. Quandt comenta que o trabalho de uma Tese
começa buscando respostas para algumas perguntas e termina apresentando
muitas novas perguntas. Os achados apresentados abrem possibilidades
para pensar em novas relações. Norma comenta o
olhar humano que a Clarissa colocou em sua pesquisa, além de elogiar
que o resultado de sua pesquisa traz ânimo aos demais participantes do
Grupo de Pesquisa. Clarissa fala da satisfação do reconhecimento por
parte dos Engenheiros de que a transformação depende
do fator humano, além da tecnologia. Prof. Quandt explica que o envio
de projeto de PIBIC tem como intuito explorar a literatura sobre a
formação do
mindset digital, também voltado para o aspecto mais humano e
social – preparação das pessoas para a transformação digital. Comenta
ainda que a agenda se tornou mais apertada, em virtude da oportunidade
ocorrida com o teletrabalho. Fala de seu estágio
pós-doutoral no Institute of Americas da UCSD, e que terá uma reunião com outros
fellows na sequência desta.
Paula explica que amanhã começa o evento “No Going Back Talks”,
iniciativa do bengali Muhammad Yunus, criador do microcrédito, Nobel da
Paz e fundador do Grameen Bank. Paula comenta que uma pergunta
importante que pode
ser incluída na Tese da Clarissa é “Quem é o profissional da indústria
4.0”, que é flexível, multidisciplinar e detém domínio de diversas
ferramentas. Clarissa fala do senso de comunidade que existe no Reino
Unido e não há no Brasil, na formação dos profissionais
e na mudança até mesmo da grade disciplinar que compõe os cursos de
Engenharia, sem ser necessariamente disciplinas voltadas a
hard skills. Sandra informa que conseguiu agendar os pré-testes, solicita horário para conversar com o Prof. Quandt.
Próxima reunião: 26/5 – em princípio no
link recorrente fornecido pelo colega Marcelo Castilho.
Programação: Conversa com o Prof. Fernando Deschamps e o Prof. Loures.
Prof. Quandt lembra que Prof. Tortato sugeriu a realização de seminário
unindo os orientandos da Engenharia e da Administração
que estão envolvidos com a temática da transformação digital, a se
realizar possivelmente no segundo semestre e comenta a necessidade de
explorar mais o que está acontecendo com as pessoas em virtude da
transformação digital, ou seja, o lado humano desta inovação.
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